quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Grandes jogadores alemães: Oliver Bierhoff

 A partir de hoje vou começar a postar sobre grandes jogadores que vestiram a camisa da Alemanha. Bem essa lista será um tanto pessoal, pois são jogadores que me encantavam quando comecei a acompanhar a Nationalelf, isso mais ou menos em 1994. Após pegar esse período (1994-2010) pretendo fazer postagens sobre os jogadores clássicos, que plantaram a semente do que o futebol alemão é hoje.

 O primeiro jogador não poderia ser diferente, Oliver Bierhoff. Ele tem um quê de nostalgia, sim porque ele foi o último jogador a dar um título para a Alemanha, a Eurocopa de 1996, mas mais do que isso ele representa o antigo futebol alemão, onde toda seleção que prestava tinha um "Panzer" na linha de frente, foi assim com Uwe Seeler, Horst Hrubesch. E com Bierhoff isso não foi diferente.

 Oliver Bierhoff foi um ídolo para mim, na verdade o meu 1º grande ídolo do Fußball. Foi por causa dele que eu comprei a minha primeira camisa da Alemanha, aquela da Copa de 1998, então nada mais justo do que começar a lista por ele.

Oliver Bierhoff
Oliver Bierhoff e a sua eterna camisa 20.

 Autor do último gol que deu um título à Nationalelf, Bierhoff é um dos mitos da seleção da Alemanha. Curiosamente o jogador nunca brilhou em solo alemão, teve que sair do seu país para brilhar.


  


 Nascido na cidade de Karlsruhe no dia 1º de Maio de 1968, Bierhoff iniciou a sua carreira profissional pelo pequeno Bayer Uerdingen em 1986, clube que na época disputava a 1. Bundesliga. Ficou até a metade de 1988 após marcar 4 gols em 31 partidas pelo clube.
  Mesmo após esse fraco desempenho, Bierhoff foi contratado pelo Hamburg logo após deixar o Bayer Uerdingen. No clube do norte nova decepção, Bierhoff marcou 6 em 34 partidas. Apesar de não conseguir embalar na Bundesliga teve mais uma chance dessa vez pelo Borussia Mönchengladbach, sendo contratado em 1990. Mas aquilo que parecia ser uma chance virou ilusão e após apenas 8 jogos e nenhum gol marcado, Oliver Bierhoff saiu da Bundesliga pra nunca mais voltar.
No Mönchengladbach, adeus Bundesliga.
  Sem espaço em seu país o atacante teve que achar um espaço em outro país, e esse país foi a vizinha Áustria. Essa mudança acabou se provando muito certeira para a carreira dele. Jogando pelo Austria Salzburg que terminou em 5º na classificação geral, Oliver Bierhoff terminou o campeonato como vice artilheiro com 23 gols em 32 partidas, ficando a apenas 6 gols do artilheiro daquele ano o tcheco Václav Daněk do Innsbruck.

 Naquele mesmo ano olheiros italianos ficaram impressionados com o filho de Karlsruhe e não perderam tempo, o levaram para a Velha Bota, mais precisamente para o Ascoli onde foi contratado para jogar a temporada de 1991/1992. Sua estréia na Itália é frustante, marca apenas 3 gols e o time acaba sendo rebaixado.

 Na temporada seguinte 1992/1993 o clube não consegue voltar à Serie A, terminando a competição em 6º lugar a apenas dois pontos da zona de classificação. Mas na Serie B Oliver Bierhoff retoma a boa fase que o trouxe para a Itália e acaba o campeonato como artilheiro somando 20 gols.
 Na temporada seguinte Bierhoff marca mais 17 gols e acaba como vice artilheiro, mas o Ascoli novamente decepciona e acaba em 7º.

 Frustado Bierhoff acaba recebendo um incentivo inusitado do presidente do clube, em caso de acesso do clube para a Serie A o jogador receberia uma transferência para o Perugia, então na Serie A.
 Bierhoff marca apenas 9 gols e o Ascoli acaba rebaixado para a Serie C1, mas ele acaba subindo para jogar a Serie A pois é contratado pela então vice-campeã da Série B: Udinese.

É a hora de aparecer para o mundo. Bierhoff brilha em Udine.
 Após 3 anos, chega a hora de Bierhoff brilhar em gramados da primeira divisão. Na recém subida Udinese Bierhoff marca 17 gols e ajuda a Udinese a ficar em 10º lugar, permanecendo assim na Serie A.
 Durante esta temporada, mais precisamente na data de 21 de fevereiro de 1996 Oliver Bierhoff estréia pela Nationalelf em jogo contra Portugal.
Bierhoff em sua estréia pela Nationalelf.
 Meses depois o jogador é convocado para jogar a Eurocopa 96 disputada na Inglaterra. Bierhoff estréia na competição na primeira rodada contra a República Tcheca, aos 37 minutos do segundo tempo entra no lugar de Stefan Kuntz. No jogo seguinte inicia a partida como titular mas mesmo com a goleada contra a Rússia não consegue marcar.
 Nas partidas seguintes o jogador acaba no banco. Enquanto isso a Alemanha vai passando pelos seus adversários até que se classifica para a final.
 Na final um adversário já conhecido, a República Tcheca. O jogo é nervoso e em um contra-ataque Mathias Sammer acaba derrubando Karel Poborsky na área, o juiz marca penânlti e Patrik Berger abre o placar aos 14 minutos do 2º tempo.
 Desesperado o técnico Berti Vogts faz uma alteração, que ia mudar os rumos daquela Eurocopa. Oliver Bierhoff entra aos 23 minutos no lugar do meiocampista Mehmet Scholl.

 A alteração dá resultado e 5 minutos depois Bierhoff iguala o marcador com aquela que é a sua marca registrada: Kopfball.
 Falta pela direita de ataque da Alemanha, Christian Ziege cobra a falta na pequena área e Bierhoff se livra dos zagueiros para marcar de cabeça 1 a 1.
 Terminado o tempo regulamentar o jogo segue igual até que aos 5 minutos marca o seu segundo gol naquela Eurocopa.
 Bola na ponta direita para Klinsmann que cruza para a área, Bierhoff receba a bola de costas para o gol, muito marcado e não tendo outra possibilidade o atacante gira e chuta para o gol, a bola vai para o meio do gol e ainda encontra as mãos do goleiro tcheco Peter Kouba que tenta agarrar a bola mas acaba falhando, a bola escapa por entre as suas mãos, bate na trave para em seguida ultrapassar a linha do gol.
 Seis anos depois a Alemanha volta a comemorar um grande título e Bierhoff sai do jogo consagrado, como o último jogador a marcar o gol do título da Alemanha.


 Aqui está o link com os gols da partida:  Eurocopa 1996 Final

 Na volta para a Itália Bierhoff joga mais duas temporadas pela Udinese 1996-1997 onde marca 13, e a temporada 1997-1998 onde torna-se o artilheiro da Serie A com 27 gols e ajuda a Udinese a chegar em 3º lugar e consequentemente a chegar à Copa da UEFA.
 Aqui alguns gols de Bierhoff pela Udinese:
 Udinese 1 x 0 Internazionale
 Udinese temporada 1997/1998

 Na Copa de 1998 Bierhoff chega como um dos craques da competição, e não decepciona marcando 3 gols e formando mais uma vez uma ótima dupla com Jürgen Klismann. Na verdade quem decepciona é a veterana Alemanha que acaba eliminada pela Croácia nas Quartas de Final, dando mostras que algo não estava certo com a Nationalelf.

 Alguns gols da Copa de 1998:
 Alemanha 2 x Iugoslávia
 Alemanha 2 x 1 México
 Alemanha 2 x 0 Irã

 Após 3 grandes temporadas a Udinese fica pequena para Bierhoff que a partir da temporada 1998/1999 tem Milão como sua nova casa. Agora jogando pelo Milan “Il Mobiliere” ou "Gravitá Zero", como é chamado pelos italianos, pode enfim ter a chance de disputar um título. 
Agora Rossonero, enfim Bierhoff se sagra campeão.
 E isso acontece já na sua primeira temporada, com 20 gols ele fica em terceiro lugar na artilharia, mas ajuda o Milan a vencer a Serie A na última rodada com apenas 1 ponto de diferença para a Lazio.
 Pelo Milan joga ainda as temporadas de 1999/2000 (11 gols) e 2000/2001 (6 gols).


 Disputa também a Eurocopa de 2000 e faz parte do fiasco alemão, que defendia o título ganho em 1996. Nessa horrível campanha Bierhoff não marca nenhum gol, e a Alemanha não ganha nenhum jogo perdendo dois jogos (Inglaterra e Portugal) e empatando com a Romênia. A curiosidade é que por conta dessa campanha a DFB começou um projeto de renovação e organização nas base do Fußball alemão, visando um melhor futuro para a Nationalelf, resultado que já começou a ser visto nas Copas de 2006 e 2010.
  A temporada de 2001/2002 acaba sendo a sua última com a camisa do Milan, e já em clara decadência não joga nenhum jogo.
Mudança de ares para jogar a Copa de 2002.


 Com a Copa do Mundo de 2002 chegando e cada vez perdendo mais espaço na Nationalelf, Oliver Bierhoff se transfere para o Mônaco onde joga 18 partidas e marca 4 gols.
 Consegue ser convocado para a Copa de 2002, mas acaba perdendo a posição para um novato, um tal de "Miroslav Klose". Entra no  jogo de estréia da Nationalelf contra a Arábia Saudita e marca o seu último gol pela seleção. Entra em alguns jogos durante a Copa e tem na final contra o Brasil o seu jogo de despedida da Nationalelf.
Na sua despedida da seleção alemã, nem sombra do grande artilheiro que foi.

 Ao final da Copa Bierhoff volta aos gramados que o consagraram, e joga a sua última temporada como profissional pelo time do Chievo Verona. Em seu último jogo mostra, apesar da sua condição física não lhe permitir mais jogar em alto nível aos 35 anos, que ainda sabe o caminho do gol e marca 3 gols contra a Juventus, encerrando assim em 25 de maio de 2003 uma das maiores (senão a maior) carreiras de um jogador alemão fora da Alemanha.
Despedida do Fußball pelo Chievo Verona.
  Vou colocar aqui também uma reportagem de 1998, quando o alemão fez uma visita a uma instituição de caridade na Bahia: Bierhoff visita instituição na Bahia

Carreira de Oliver Bierhoff em números:



Tschüss!!!

5 comentários:

  1. Comecei acompanhar o futebol alemão em 2002, por isso não lembro muito do Bierhoff, mas me recordo vagamente do gol que deu o título europeu a Alemanha contra a República Tcheca, em 1996.
    Excelente blog! Acaba de ganhar um leitor aficionado pela Bundesliga!

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  2. Carlos muito obrigado pelo seu elogio. Fico muito contente em ter mais um aficcionado pelo Fußball como leitor do blog.
    Danke!!!

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  3. Olá Juliano, sou Guilherme, filho da Angela.
    O Bierhoff realmente foi um grande jogador , e é interessante destacar também que seu primeiro jogo pela Nationalelf foi com quase 28 anos , ou seja, foi um jogador que realmente se desenvolveu ao longo dos anos jogando na Itália, ao contrário de alguns jogadores de hoje, que comecam no auge e, por causa de 'fatores extra-campo', simplesmente dao descarga abaixo com suas carreiras.
    Interessante também é que Bierhoff é em parte responsável por esse bom desempenho da nova geracao alema, já que desde 2004 ele é o Manager da Nationalelf.
    No mais, parabéns pelo blog e Abracos!

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  4. Legal Guilherme, a Angela sempre comenta que você gosta bastante do Fußball. Dá pra ver que você é bastante informado também. Pois é deixei passar algumas coisas como essas que você citou, mas muito obrigado, é sempre bom ter pessoas assim pra enriquecer o blog. Você é o torcedor do Leverkusen né? Parabéns ganharam muito bem ontem, com um show do Helmes.
    Abraço!!!

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  5. Sim, sou um sofrido torcedor do Werkself! O Helmes simplesmente acabou com o jogo ontem. Espero que essa boa vitória sirva como motivacao para ganhar do Nürnberg domingo!

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